Desculpem-me se eu desvirtuar um pouco o assunto, policiem-se se for o caso pra não sair dele, mas pra mim, especificamente, identifiquei o motivo faz alguns meses.
Não é exclusivamente por causa disto, obviamente esse lance de internet, rede social, smartphone etc também ajuda muito. Mas no meu caso é algo bem específico. Esse comportamento que você descreve é majoritariamente de pessoas extrovertidas que por natureza precisam estar no centro de seus círculos sociais pra atingirem uma autorrealização. Como caio quase que completamente pro lado introvertido e após me informar um pouco mais sobre essa condição e (muito contentemente) me redescobrir, me dei conta de que o que eu sempre fiz foi querer ser igual "todo mundo" pra ser aceito como eles. E nunca consegui, me sentia deslocado, triste, errado por não gostar das mesmas coisas, por ficar cansado de conversar sobre determinados assuntos, sozinho mesmo estando rodeado de amigos porque eu nunca conseguia me colocar no mesmo assunto que eles da mesma forma... em suma, eu escutava mais do que falava e pra suprir isso eu falava muito de mim mesmo pra receber atenção. O que estou fazendo é tirando um vício que adquiri (novamente, quero deixar claro que não estou culpando apenas isso como motivo) tentado ser como a maioria dos meus amigos. Sempre quis "fazer parte da galera" e pra isso usava o "eu" pra chamar atenção também.
Fiz uma reflexão aqui agora e praticamente quase todos os meus amigos que também são introvertidos não são sempre assim - e são as pessoas com quem eu mais tenho prazer de conversar, com elas, como você mesmo disse, a troca de opiniões pessoais são um diálogo construtivo. E muito. Já com meus amigos extrovertidos o que acontece é diferente. Se eu tento um diálogo sobre qualquer coisa sou constantemente cortado (que faz meu sangue ferver) e o que eu falo entra em um ouvido e sai no outro pra ter que ouvir eles falando de si mesmos.
Essa necessidade de ser o centro das atenções, de ser melhor que o outro, nunca foi uma necessidade pra mim até o ponto em que eu fiquei desempregado ad infinitum e me senti meio sozinho por não poder sair mais pra me divertir. Quando eu estava trabalhando normalmente isso inclusive me incomodava pra caralho, assim como está te incomodando hoje. Aliás, você já fez algum teste pra saber pra que lado tende? Porque pelo seu histórico de questionamentos e críticas aqui no fórum sua cabeça deve ficar igual um liquidificador igual a minha o dia inteiro. Eu devia ter estudado é psicologia pra aproveitar essa característica.
Um exercício pra vocês. Quando perceberem esse tipo de comportamento que o Duccini colocou numa conversa, façam cara de tacho, desviem suas atenções pra outra coisa (um gato passando, o próprio celular, pegar uma cerveja...) e façam o famoso "Hmm-hum..." e mudem de assunto drasticamente ou tentem focar em algo que não seja pessoal. Reparem no baque na cara da pessoa por não receber atenção. É algo que estou fazendo e que faz a pessoa começar a se policiar mais nessas horas, é como adestrar um cão, se somos repelidos quando fazemos algo, passamos a tentar evitar repetir, se somos felicitados tendemos a continuar com o comportamento. Um exemplo disso são as mulheres em redes sociais, se tiram foto fazendo bico de pato e só recebem "lindaaaaa!" "maravilhosaaaaaa!" vão continuar fazendo mesmo sendo ridículo ao ponto de na cabeça delas achar que está lindo.
Outra técnica é ser sincero, mas tem que tomar cuidado pra não te acharem chato, tem que saber fazer. Quando alguém começa a falar muito de si, mostrem pra essa pessoa o que ela está fazendo. Vou dar um exemplo bobo e que talvez nem seja a imagem do que o Duccini quer dizer, mas que acontece na vida de muita gente. Todo mundo tem aquele amigo que é "viajão" e conhece o mundo todo. Aí você está numa roda de amigos conversando sobre, sei lá, escalada, que praticou na semana passada e que curtiu pra caramba. Aí todo mundo começa a falar disso, alguns falam que nunca fizeram, outros que tem vontade, outros compartilham de suas experiências particulares (que é normal e bom, futífero) e tem o viajão que começa a tagarelar sobre como a escalada que ele fez há 15 anos atrás naquele lugar é que é boa. Praticamente te deixando de lado e o foco da conversa TEM que ser a viagem dele, que nesse lugar é muito mais difícil e que ELE fez de boa. E começa a fuxicar no celular pra caçar as fotos que todo mundo já viu no facebook porque ele posta toda quinta feira com a hashtag #tbt no instagram também. Outro amigo muda de assunto pra falar dessas escaladas indoor e ele volta a falar na escalada de 15 anos atrás, que indoor é paia. O que normalmente todo mundo faz? O mesmo comportamento do bico de pato, sorrisinho amarelo e deixam o cara falar. O correto é você olhar no olho do viajão e falar pra ele: "Viajão, tem 15 anos que cê foi nessa merda, nem pêlo no saco cê devia ter e se bobear nem pode escalar lá mais. Bora lá no indoor pra você ver como é em vez de ficar falando que é paia, vamos ver quem sobe primeiro.". Você deu uma cortada pro fdp ter um choque de realidade e ao mesmo tempo manteve a amizade. O que não pode é só xingar o cara, senão ele fica com raivinha.
Textão grande pra caralho, foi mal.
Hoje eu já não tô nem aí pra isso, como já virou algo "consciente" na minha cabeça que as pessoas fazem até sem maldade, não me incomoda. Me incomoda eu continuar fazendo e só perceber depois.