[Bruce Leeroy]

http://www.otempo.com.br/capa/brasil/livro-do-menino-do-acre-entra-na-lista-dos-mais-vendidos-1.1505329

Tentei achar onde comentamos sobre o caso, mas só hoje percebi que o sistema de busca do fórum é terrí­vel (ou eu que não sei usar).

Busquei ACRE e ele busca até palavras como ACREdito.

[Vault Dweller]

O Acre é um lugar bizarro. Esses dias uma menina se matou lá e transmitiu acho que Facebook. Depois os pais dela se mataram. Depois encontraram o namorado tentando se matar...

Mas enfim. Esse Bruno, ele já apareceu?

[Bruce Leeroy]

Acho que não. Minha aposta é que ele está num dos paí­ses vizinhos ali esperando sair o último volume pra aparecer na sônia abrão depois.

[Duccini]

Eu não manjo nada dessa história então perdão se for uma pergunta idiota, mas é só ele ou a famí­lia inteira participa dessa fraude?

[Bruce Leeroy]

Aparentemente só ele, mas se não me falha a memória um tio chegou até a investir nos livros e tal. Então é bem provável de ser história pra boi dormir.

Aí­ mais notí­cias: http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/site-divulga-trechos-do-primeiro-livro-decodificado-de-bruno-borges.ghtml

[Deko]

20° mais vendido do pais com 465 copias?
Rapaz, eu sabia que brasileiro não lia, mas, caralho.

Isso dá cerca de R$12.000
levando em conta que a editora pega 80%-90% sobram uns  R$1.200 - 2.400 pra familia.
era mais fácil ele ter aparecido e usado a popularidade pra fazer um canal no youtube. hahaha

[Bruce Leeroy]

Deve ter algum dado errado ai, nao deve ser no pais nao, talvez no acre. Quiçá rio branco, porque é nuito pouco mesmo.

Nao sabia que se pagava tão pouco pra autores! Ta na hora das editoras tomarem na bunda igual as gravadoras entao hein...

[Duccini]

O problema é que se fala que o livro é o vigésimo numa categoria especí­fica, mas não tem a posição dele na categoria geral. Aqui o ranking que o site falou: http://www.publishnews.com.br/ranking/semanal/13/2017/8/4/0/0

Olhei todas as categorias pra contar quantos livros venderam mais que 465. O resultado é 76. Ou seja, em tese esse livro foi 77º mais vendido na semana em questão.

[Bruce Leeroy]

Ah, e esse negócio que brasileiro não lê eu considero quase uma falácia. No meu humilde ponto de vista brasileiro tem outras prioridades do que comprar livros (que são caros pra caralho) com tanta frequência como os "letrados" esperam. E outra, tem gente, como minha pessoa, que tem ASCO de literatura. Não sei por que cargas dagua as pessoas acham que só literatura que é ler. Eu adoro ler, principalmente se for pra aprender alguma coisa nova, adoro pegar livros que ensinam a fazer alguma coisa mesmo que em ní­vel básico, mas adivinhem, esses são trocentas vezes mais caros (e escassos) no Brasil. Nós deví­amos incentivar (mais uma vez, na minha humilde opinião) é a produção de livros, não a leitura. O que eu venho percebendo ultimamente é uma modinha de "eu leio pacaralho, mas só o que tá na moda".

Vai procurar um livro sobre marcenaria pra vocês verem. Ou melhor, um livro sobre madeira! só importado, os nacionais, quando existem, ou são livros gourmet que não tem conteúdo nenhum, apenas fotos bem tiradas, ou são pobres de conteúdo.

[Deko]

Brasileiro raramente vai ler por prazer, não faz parte da nossa rotina e isso é cultural, muito mais do que com o preço, o preço para vc pode ser um empecilho, mas honestamente, vamos falar de números; Cerca de 70% da população é pobre, isso significa abaixo de 3 salários mí­nimos. desses a  gigantesca maioria é abaixo de 1 salário.
De fato é impossí­vel vc gastar 30-40% da sua renda com 1 livro de entretenimento ou aprendizado de pessoal, afinal é  algo totalmente insensato.
Mas põe dinheiro na mão dessa população, ou barateia o preço dos livros, vamos tirar um zero desse número, se o preço de um bom livro for apenas 3-4% da sua renda. Honestamente quanto desses 70% da população gastaria dinheiro com livros, para ler por prazer?
Poucos, simplesmente porque não faz parte da cultura brasileira.
Some isso ao número de analfabetos funcionais, some também o porco ní­vel da nossa educação básica, some isso a falta de interesse mesmo"¦ ao comodismo.
Claro que baratear o preço dos livros, vai ajudar a pessoas como você que tem interesse, mas são a extrema minoria, não fará diferença.
O que vai ser mais consumido, entretenimento barato, cultura inútil e desinformação.
Retrato da nossa TV e hoje do nosso youtube.
Odeio transformar isso num "œchoro", mas na boa vei
O Brasil precisa de uma bomba nuclear e começar de novo.
Quanto mais eu penso, mais dá para perceber que está tudo errado e está tudo interligado, tudo interfere e parece que quanto mais velho eu fico mais piora, não sei se por conta da minha visão de mundo que melhorou com os anos, ou se simplesmente essa merda fica uma merda maior a cada dia.

[Duccini]

É muito subjetivo. Nas pesquisas de hábito de leitura o comum é considerar um leitor uma pessoa que tenha lido um livro nos últimos 3 meses. Se for um livro inteiro, nesse critério eu não sou leitor, e acreditem, eu leio bastante. Agora, você pega um pessoa que não lê nem a pau, assiste Twilight e vai atrás dos livros e bom... dá pra ver como esses números são enganosos. Os últimos que eu encontrei dizem que 56% da população tem o hábito. Mas grande parte dela é por causa da Bí­blia.

Não quero pegar o meu microcosmo e dizer que ele representa o Brasil, mas na minha comuta pro trabalho é gritante que metade das pessoas estão no celular, e não nos livros. De fato é mais ou menos 1 em cada 20 que eu vejo lendo livro ou eReader. E aí­ a questão do preço também fica subjetiva, porque é um monte de iPhone e Galaxy por aí­...

Não dá pra negar que a tecnologia causou um estrago no hábito da leitura. Foi assim com o rádio, depois a TV, depois o video-cassete, video-game, internet... e agora internet móvel. É inevitável, e é mundial. O que dá pra culpar o brasileiro, entre outros, é a passividade. É saber que não lê e consome lixo, e ao invés de assumir isso, procurar desculpas pra justificar a zona de conforto.

[Duccini]

...

Algo que eu queria falar sobre, mas não deu tempo por causa do trabalho, é sobre o instinto de defesa que uma pessoa assume quando instintivamente percebe que não sabe lidar com o que está na sua frente. É muito difí­cil admitir a ignorância porque é o mesmo que admitir que não se está preparado, e a gente evoluiu para evitar isso. Predizer o futuro é intimamente ligado ao instinto de defesa, a estar preparado. O nosso comportamento afirmativo em uma discussão é fruto da evolução. E muita coisa a qual evoluí­mos não são mais necessariamente benéficas, vide ví­cio por açúcar.

A leitura é muito poderosa em mudar o seu pensamento em questão de segundos. Mas é um hábito adquirido. Quanto mais você se coloca na posição de aceitar uma realidade diferente a qual se apegava, menos afirmativo você fica. E vice-versa. Se lê pouco, se acostuma a defender o errado simplesmente por não ter noção de que está errado praticamente o tempo todo. Aquela frase do Einstein (que acho que o Confucio falou algo parecido): quanto mais eu sei, mais eu percebo que menos sei.

E tudo isso pra finalmente eu chegar no ponto que queria dizer que é o seguinte: é muito cansativo conversar com alguém que vai pra defensiva por claramente não ter profundidade no assunto. Não porque elas falam besteira, mas por causa da REPETIí‡ÃO DAS MESMAS BESTEIRAS. Se elas lessem mais pelo menos usariam argumentos inesperados. Fariam a conversa tomar um rumo, por pior que esse rumo seja. Mas não, a falta de conteúdo torna a conversa um ciclo. Você se esforça pra levar a conversa adiante, mas a outra pessoa volta ao assunto inicial porque A) ela não prestou muita atenção no que você disse; e B) ela não tem o conteúdo pra ir adiante.

[Bruce Leeroy]

É, isso é verdade. Eu reparo isso nessas tretas de youtube, tem gente que eu sigo porque tem um conteúdo bacana, mas cai no erro de ficar debatendo com gente estúpida. Aí­ nem perco meu tempo assistindo, vide essa pajelança agora de terra plana.

Mas voltando um pouco no assunto, não sei se já tiveram a oportunidade de viajar pra fora do paí­s e entrar em grandes livrarias DE VERDADE. Rapaz... eu me deparava com TANTO livro diferente e interessante, e o preço era TÃO acessí­vel, que eu precisei me segurar pra nao voltar só com livros, porque pesa demais. Aí­ infelizmente (tá, to me limitando a minha pessoa e ao meu cí­rculo ridí­culo de pessoas que se parecem comigo) eu tenho que discordar dessa questão do preço, eu mesmo gosto de ler, mas não é tanto assim - vide minhas preferências de leitura, agora por exemplo eu estou tendo que ler forçadamente um livro sobre VBA pra excel por causa do desemprego, coisa que eu tinha parado de mexer. E compraria com gosto mesmo assim, mas vou ter que dar uma de barba ruiva. É um casamento, opção+preço. Livro no Brasil gourmetizou, aliás, tudo aqui nessa porra gourmetizou, daqui a pouco peidar em público vai ser chique também.

Mas no geral isso da cultura brasileira faz muita diferença mesmo.

[Deko]

ok ele é um genio mesmo,
deu no fantastico(?) ontem, algo sobre ele
estava no trabalho então não consegui parar pra assistir.

[Bruce Leeroy]

É um gênio de marketing, só isso.

Repare que ta todo mundo se lixando pro conteúdo dos livros dele, pessoal só quer saber onde ele estava. Aliás, procurem aí­ lugares que mostrem o conteúdo do primeiro livro. Dá dó.