Autor Tópico: Work work work  (Lida 4958 vezes)

Offline Duccini

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Work work work
« Online: Julho 17, 2017, 11:53:05 am »
Esse é um assunto que eu gosto de conversar, e percebi que nunca perguntei nada disso aqui nesse fórum: qual é a relação de vocês com o trabalho?

(quando pergunto relação, não é só o que faz ou procura, mas o que aspira num sentido mais amplo e como isso afeta a sua qualidade de vida)

Eu me formei em marketing, trabalhei 4 anos na área, cansei da burocracia da mesma e migrei pra criação. Trabalho em agência a mais ou menos 7. Sendo sincero, não é o que gosto de fazer. Adoro mexer com os programas Adobe mas a repetição de ter de fazer algo que agrada ao cliente é bem estressante, e eu realmente gostaria de fazer algo que visasse a melhora de vida de pessoas, não de empresas (é uma conversa obviamente muito mais complexa que isso, mas deu pra entender...). Atualmente procuro encontrar algo que envolva falar em inglês, que é algo que realmente gosto, e maior contato com público pra não ficar preso a escritório.

E sou contra a jornada de 44 horas semanais. Desgasta e torna o funcionário improdutivo. Acredito que 6 horas por dia focado traz mais resultados e bem estar, além do tempo livre que é importante pro indiví­duo.

E vocês?

Offline Vault Dweller

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Re:Work work work
« Resposta #1 Online: Julho 17, 2017, 12:23:37 pm »
Eu tenho duas graduações em TI. Quando vi a merda que é trabalhar com isso e o peso na vida, fui ganhar menos mas com algo que gosto... Hoje sou revisor e editor na USP. Só que agora bateu a necessidade de ganhar mais, com filho e tal, e não sei pra onde virar.

Aqui eles oferecem duas opções, 40 ou 30 horas semanais, com as devidas reduções no salário. Acho que 30 seria o ideal na maioria dos casos, mas mudar a mentalidade dos chefes da coisa vai ser bem difí­cil.
« Última modificação: Julho 17, 2017, 01:33:42 pm por Vault Dweller »

Offline Bruce Leeroy

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Re:Work work work
« Resposta #2 Online: Julho 17, 2017, 01:47:03 pm »
Eu fiz técnico em informática meramente porque meu pai me ofereceu porque não conseguia passar em universidade pública. Quando terminei o estágio conseguir passar, então nunca exerci a profissão em CLT.

Formei em Design, entrei pra fazer gráfico e saí­ em produto. E ainda bem, porque hoje eu estaria na situação que o Duccini falou, "Adoro mexer com os programas Adobe mas a repetição de ter de fazer algo que agrada ao cliente é bem estressante".

Todavia, não encontrei sequer estágio na área. No Brasil design de produto é uma coisa elitizada e muito focada, quando não é mal realizado. Tem muito design "fodão" por aí­ que nem precisaria ter formado pra fazer o que faz. Tipo marcenarias mesmo.

Tô desempregado desde que eu tinha cabelo e venho fazendo bicos e cheguei JUSTAMENTE no dilema que você mencionou. No mês passado lembrei de uma professora que me perguntou algo quando fiz a graduação sanduí­che em Portugal: "Até hoje as pessoas discutem o que é Design. Você já tem uma definição pra explicar quando te perguntarem?"

E, de fato, "eu realmente gostaria de fazer algo que visasse a melhora de vida de pessoas". Desde que entrei na universidade tinha a noção clara que meu curso não é de uma área exata como a engenharia em que seria muito útil num evento pós-apocalí­ptico para reconstrução da sociedade, ou um advogado, que poderia ajudar na reconstrução da sociedade em si.... meu curso é visto como "estético" e supérfluo. E embora o Design tenha uma importância í­mpar para o sucesso de empresas, SEMPRE vai utilizar de argumentos subjetivos pra alcançar seus objetivos. Quando exatos, dependem da co-participação de outras áreas e eu sou uma pessoa que ODEIA trabalhar em equipe (aliás, esqueçam essa "endeuzação" de pessoal de RH, trabalhar sozinho não é nenhum defeito, depende de com que você vai trabalhar).

E aí­ o que eu fiz durante a graduação foi seguir uma linha "acadêmica" sem ser acadêmico, porque design não é ciência. Fiz iniciação cientí­fica e projetos voltados í  area da sustentabilidade porque, mesmo utilizando de critérios muitas vezes empí­ricos, é uma tendência que se tornou obrigação.

Hoje eu continuo fazendo bicos de informática básica, que eu queria muito largar. Não quero mais trabalhar com computador. Mas buscando justamente essa vontade de "melhorar a vida de pessoas", é que eu lembrei dessa professora e de um profissional que tem uma definição própria de sua profissão e que é considerada extremamente útil. O Dráuzio Varella define a medicina como uma profissão que tem como objetivo "ALIVIAR O SOFRIMENTO HUMANO". Não curar, não salvar, não ser deus! Olhe a simplicidade dessa definição e depois dá uma olhada no currí­culo do cara. Isso pra mim é o exemplo claro de médico. E aí­ venho tentando definir, PRA MIM, o que é o Design, porque afinal de contas, designer hoje faz tudo, tem designer em qualquer área, até na indústria pornô capaz de ter. Designer hoje se acha deus e melhor que qualquer outro profissional porque "soluciona problemas, tira empresa do buraco e cria coisas inovadores!". Meu cu.
(link do ví­deo do Dráuzio, goste você dele ou não, o ví­deo é bom: /watch?v=o0t_uJx_rHM )

O design que eu projeto, hoje, como uma pessoa que não sabe trabalhar em equipe, me levou a um conceito de que o "designer gera bem estar í s pessoas". É uma descrição genérica, mas que para o objetivo central em diversas áreas, é o que deveria ser feito. Designer trabalha antes de TUDO com o público-alvo do projeto. Todo ele deve girar em torno das pessoas (mesmo que mais capitalista que seja, alguém vai consumir seu produto).

Fiz uma qualificação em marcenaria "recentemente" e vou começar a produzir meus próprios produtos, feitos í  mão. Mas não irei vender produtos, irei vender as histórias que eles carregam consigo (que não vou explicar aqui do que se trata primeiro porque o modelo do negócio ainda não está pronto). O objetivo da minha produção será voltar a produzir itens que queiramos guardar e que irão virar heranças.



Acho que esse foi um dos melhores tópicos já criados, acredito que todo mundo queira falar um pouco disso mas quase nunca a ocasião para esse tipo de debate acontece da forma correta. Até quem está plenamente satisfeito (o que eu duvido, Maslow explica) gosta de falar o porquê de estar. Mas assim, eu cheguei NO PONTO que eu quero pra minha vida, que é o que você está pensando agora sobre o trabalho, entretanto... é empreender. É arriscar, é fazer todo o papel de uma empresa e de todos os setores dela e de forma informal (por enquanto). E estou com as mãos atadas pra investir qualquer coisa agora. Estou engatinhando.

Eu sugiro todo mundo a sentar a bunda num parque sem movimento, ou fazer um passeio nas montanhas, ir pra um lugar onde você possa pensar consigo mesmo por uns dias. Leve papel e caneta e deixa a mão ir anotando as ideias que vierem na cabeça pensando sobre esse assunto pra ver se há algo que lá no fundo você quer fazer. E continua anotando esses pensamentos, não é algo que vem do dia pra noite, eu demorei 2 anos pra chegar na conclusão que cheguei no mês passado!

Só não vão cair nessa de "LARGA SEU EMPREGO ESTRESSANTE E SIGA SEUS SONHOS" porque você precisa do dinheiro. Tenta conciliar até conseguir largar. Se eu tivesse trabalhando hoje tinha o dinheiro pra investir nas minhas maquinas, ia continuar trabalhando e fazendo o que eu quero nos fds (tem que fazer sacrificio) até dar certo! E aqui não cabe o SE der certo, e ATÉ dar certo.
« Última modificação: Julho 17, 2017, 01:59:17 pm por Bruce Leeroy »
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Re:Work work work
« Resposta #3 Online: Julho 17, 2017, 02:31:53 pm »
Me formei em Design, e rapidamente aprendi a odiar a área de criação / produção gráfica impressa. Aproveitei os conhecimentos para ir para Webdesign e em seguida UI / UX Design... meu foco principal hoje. Lidero uma equipe de 7 pessoas no grupo educacional que trabalho, o que de certa forma não é muito bom pois é uma reunião para marcar reunião atrás da outra...

Concordo 100% na opinião do Duccini sobre a jornada de trabalho de 44h, formato que atualmente trabalho... muito cansativo e perco o foco direto. Prefiro 6 horas corridas de muito foco do que 8 horas diárias dispersado...

Tenho uma empresa registrada mas apenas para ter CNPJ.

Também procuro algo que me dê mais contato com o público e uma delas foi fazer o canal do youtube onde também emprego meus conhecimentos de Design / Interface. Considero isso um trabalho para poder manter a seriedade / sensação de obrigação. Mas me divirto muito fazendo.

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Re:Work work work
« Resposta #4 Online: Julho 25, 2017, 10:41:39 am »
Eu tenho duas graduações em TI. Quando vi a merda que é trabalhar com isso e o peso na vida, fui ganhar menos mas com algo que gosto... Hoje sou revisor e editor na USP.

A grande maioria dos meus amigos trabalha em TI. Todos ganham bem mas boa parte tem a qualidade de vida indo pro vinagre por conta da área. Eu vejo Design, que já era por si só uma área abusiva, e com essa nova prática de agências em querer contratar PJ, indo pro mesmo caminho (mas ganhando bem menos, o que torna ainda pior). Você trampa na Fefeleche?

Eu sugiro todo mundo a sentar a bunda num parque sem movimento, ou fazer um passeio nas montanhas, ir pra um lugar onde você possa pensar consigo mesmo por uns dias.
Eu criei o tópico por ter voltado a pensar muito sobre isso, exatamente porque acabei de tirar férias e metade dela consistiu em ir no maior parque aqui de São Paulo e ficar deitado na beira do lago apagando a mente das distrações. E boa sorte e foco com o seu empreendimento!

Também procuro algo que me dê mais contato com o público e uma delas foi fazer o canal do youtube onde também emprego meus conhecimentos de Design / Interface. Considero isso um trabalho para poder manter a seriedade / sensação de obrigação. Mas me divirto muito fazendo.
Chosão, você é meu í­dolo! Vai ser talentoso e dedicado assim na pqp...

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Re:Work work work
« Resposta #5 Online: Julho 25, 2017, 12:53:37 pm »
Você trampa na Fefeleche?
Na Reitoria mesmo, lidando com os deuses intocáveis, os professores da USP... Mas aguentar esses caras que nunca estão errados é muito mais suave do que ter que trabalhar sem horário, no fim de semana, ficar de aviso, carregar notebook pra todo canto, nunca tirar o olho do celular...

Offline Screamer

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Re:Work work work
« Resposta #6 Online: Julho 26, 2017, 05:27:00 pm »
Excelente tópico!

Sempre trabalhei com informática, iniciei na época que existia o termo "Webmaster" e modens de 28.800 bps em 1996, cuidava de um pequeno provedor de internet em Paracatu-MG. Apenas 1 ano, pois como técnico de informática (micreiro) ganhava muito mais.

Voltei para Brasilia, me formei como Tecnólogo, fiz pós-graduação em Sistemas da informação. Continuei como técnico de informática e em 2004 tive oportunidade de mudar o foco e optei pela programação.

Em Brasí­lia trabalhei praticamente como "terceirizado", alocado em locais como Infraero, Câmara dos Deputados, Ministérios.
Por volta 2012 percebi que estava estagnado, foi quando comecei a ver nos concursos públicos uma oportunidade de mudar a carreira. No final de 2012 precisei mudar de empresa e meu salário sofreu uma perda.
Depois dessa mudança percebi que a terceirização em Brasí­lia estava decadente então resolvi trabalhar como programador na iniciativa privada. Tomei outra pancada no salário e continuei fazendo concursos.
No iní­cio de 2015 já não tinha mais esperança de ir para o serviço público, pois era classificado mas não vinha a convocação.
Estava planejando uma sociedade para ter mais dinheiro e um futuro melhor.

Só que em logo em seguida, começaram a vir as convocações, 4 para ser mais exato. Acabei escolhendo o BRB justamente pelas 30 horas semanais. O ambiente de trabalho é excelente, tenho um ótimo chefe e colegas de trabalho, só que trabalho com tecnologias bem defasadas.

As vezes rola um stress pois estou na automação bancária e qualquer vacilo (que já aconteceu) rola um prejuí­zo. Mas o chefe é um cara que tem conhecimento técnico e sempre segura nossa onda.

Mas as 30 horas semanais não tem preço. :D E espero aposentar onde estou.


Para tirar meu Brasil dessa baderna, so quando o morcego doar sangue e o saci cruzar as pernas.

Offline Bruce Leeroy

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Re:Work work work
« Resposta #7 Online: Julho 26, 2017, 11:52:27 pm »
Trabalhar 30 horas é vida. Trabalhar 30 horas, perto de casa, mais vida ainda. Hoje meu "sonho" é arrumar até um serviço lixo mas que seja perto da minha casa, porque o que eu to bolando por conta própria só tá sugando dinheiro ainda.

Isso eu posso falar por experiência: arrumem trabalho perto de casa. Trabalhei em 2 lugares temporariamente que era 10 minutos de onibus sem pegar transito. Melhor coisa do mundo. Se desse pra ir a pé entao, melhor ainda. Dá tempo de sair mais tarde pela manhã, até assistir uns desenhos tomando um toddynho, e de chegar mais cedo em casa antes do sol se por também.
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Re:Work work work
« Resposta #8 Online: Julho 27, 2017, 07:40:35 am »
Meu pai tem auto escola há 44 anos mais ou menos; tem uns 29 que ele comprou uma casa no quarteirão da dele e montou ali. Ele acorda tarde, faz exercí­cio, volta pra almoçar e cochilar, chega cedo, quando dá na telha vai lá fazer qualquer coisa... Isso é vida.

Offline Duccini

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Re:Work work work
« Resposta #9 Online: Julho 27, 2017, 08:58:37 am »
Mandou bem Screamer, sem falar que agora você tem mais tempo pra ficar com a famí­lia.

Já precisei acordar 4h40 da manhã durante uns 2 anos pelo trabalho ser longe. Não é vida, é sacrifí­cio pra se manter. Meu atual trabalho também é bem desgastante, a cada dia venho cogitando mais a ideia de sair e passar uns 3 meses me reciclando, porque vamos ser sinceros, é obvio que o melhor é sair de um emprego já com outro em mente, mas uma coisa é falar, outra é você conseguir energia e tempo pra organizar isso quando a sua alma vem sendo sugada durante 90% do seu dia.

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Re:Work work work
« Resposta #10 Online: Julho 27, 2017, 11:16:12 pm »
a cada dia venho cogitando mais a ideia de sair e passar uns 3 meses me reciclando, porque vamos ser sinceros, é obvio que o melhor é sair de um emprego já com outro em mente, mas uma coisa é falar, outra é você conseguir energia e tempo pra organizar isso quando a sua alma vem sendo sugada durante 90% do seu dia.

Eu fiz isso e tomei no cu sem lubrificante. E estou tomando ainda, mas agora com areia.

Mas tem uma diferença, eu formei no técnico e tive pouca experiência porque já mudei de area na graduação, formei na graduação e não consegui trabalho em lugar nenhum "por causa" (não vou culpar só ela, mas ajudou) da crise.Tentei achar algo na área (design de produto) durante o curso, mas sem sucesso. E nunca exigi nada nao, queria (e ainda quero) começar por baixo. Hoje eu já sei que muito de eu não ter achado é por falta de contatos e de uns comportamentos que eu preciso tratar. Arrumei uma grana e vou me tratar no psicólogo, eu tenho uns comportamentos que me atrapalham demais a arrumar contatos mesmo, por exemplo. Por exemplo: eu NÃO CONSIGO trabalhar em equipe. E não é algo obrigatório, mas em 99% dos casos da vida você vai se deparar com isso. E eu tenho asco de gente lerda. Eu faço tudo extremamente bem feito e sem avacalhação, não pode ter nada errado senão não me dou por satisfeito, já a pessoa do meu lado na qual dependo pra pegar dados, por exemplo, já chega na segunda reclamando e falando de BBB. Eu já chego 1 hora antes do meu horario pra nao correr o risco de atrasar e ainda ja chego adiantando serviço. Aí­ tem outro problema que acabei de falar: não consigo fazer as coisas pelos cocos... tem que estar tudo certinho, bonitinho. Mesmo pra coisas banais. Então fiz uma lista de coisas aqui que vêm me atrapalhando profissionalmente e vou buscar uma orientação, porque de frase bonita e motivacional a internet tá cheia, mas como você mesmo disse, "falar é fácil". Vou no profissional que pode me ajudar de uma vez por todas (porque o povo pensa que psicologo so serve pra tratar depressao)

Aí­ assim... você tem experiência de mercado, deve ter contatos... eu no seu lugar já começaria a dar diretas (atente-se a isso, muito importante) nos seus amigos todos (até os menos chegados) de que quer um recolocação. Cara, NINGUÉM vai te ajudar se você não pedir. Informar não adianta, é coisa de chegar e falar "AMIGO(A), to querendo sai do emprego. Cê me da um toque se vir alguma coisa sobre *area_desejada*?". Outra coisa, mesmo assim, cê pode ter um amigo do peito, mas se tiver uma vaga na empresa que ele trabalha , há uma grande possibilidade dele indicar o primo dele que nem é tão chegado em vez de você. Isso já aconteceu comigo, inclusive. E o primo dele nem era da área, eu ja podia chegar la e fazer o serviço, o primo teve que receber treinamento e ir devagar (as vezes pode ter sido ate medo de eu chegar la e tomar a vaga dele depois, vai saber...)

Mas uma coisa é certa, de fato, ficar esperando não vai resolver não. Eu, se tivesse onde estava quando mandei meu chefe catar coquinho faria tudo de novo, mas é bom, MUITO BOM, ter um plano. No seu caso, você pode sempre voltar pra área que está agora, mesmo que seja pra não passar fome. Eu tinha um plano, mas aí­ descobri que esses meus problemas comportamentais não me deixam realizá-lo. Me esforcei demais pra perceber só recentemente que preciso de ajuda pra tratar o psicológico.
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Offline Duccini

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Re:Work work work
« Resposta #11 Online: Julho 28, 2017, 08:59:40 am »
Então, é bem por aí­ mesmo. Largar o emprego é sempre um risco grande. Existe um motivo pra ser assim, pros direitos serem poucos, pro trabalho em si consumir o seu dia e te impedir de trabalhar uma mudança. Tem a ver com manutenção de classes sociais, com arrecadação em cima do trabalhador, com arrecadação em cima das próprias empresas. No final tudo gira em torno do dinheiro, a gente caminhou para esse ponto extenuante (e não estou falando de capitalismo x socialismo, os dois dependem de uma grande base estagnada). Apesar de ser um sistema que prega a concorrência e por consequência a criatividade, ele é punitivo pra quem tenta sair da roda do hamster.

Eu posso sim, se nada der certo, voltar a fazer exatamente o que faço (com o risco de ser ganhando menos já que o mercado tá péssimo). Mas preciso dessa reciclada, no meu caso começar a dominar After Effects e C4D. E já tentei fazer isso depois do trabalho e nos finais de semana, mas o corpo/mente não dá conta, sem falar que nos finais de semana eu preciso resolver um monte de coisa que não foi possí­vel durante a semana em si (novamente, o sistema de 44 horas de trabalho como meio de prender na atual posição).

Sobre trabalhar em equipe, não tem como escapar desse mundo em que a pessoa ao lado chega atrasada, só conversa sobre futilidades, fica no celular o tempo todo (e por consequência comete erros no trabalho que você acaba sendo a pessoa que precisa consertar), fala alto, batuca na mesa e por aí­ vai. Mas no caso de design é fundamental ter um D.A. ao lado pra você saber pra onde crescer, quais são os atalhos, o que causa problemas a longo prazo. É a via crúcis de uma área de métodos e resultados subjetivos. E definitivamente, isso eu falo por experiência, a pior maneira de se lidar com isso é olhando por cima, como se o comportamento da outra pessoa fosse menor. Isso é um câncer, já vi bastante gente se tornar um traste por seguir esse caminho e eu mesmo precisei puxar as minhas rédeas quando percebi que tava seguindo ele também. E ainda puxo.
« Última modificação: Julho 28, 2017, 09:02:06 am por Duccini »

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Re:Work work work
« Resposta #12 Online: Julho 28, 2017, 10:58:29 am »
É a via crúcis de uma área de métodos e resultados subjetivos. E definitivamente, isso eu falo por experiência, a pior maneira de se lidar com isso é olhando por cima, como se o comportamento da outra pessoa fosse menor. Isso é um câncer, já vi bastante gente se tornar um traste por seguir esse caminho e eu mesmo precisei puxar as minhas rédeas quando percebi que tava seguindo ele também. E ainda puxo.

Pois é, é um defeito graví­ssimo que eu quero corrigir. Outra coisa que eu me esforcei demais e não consegui fazer sozinho é aprender a falar não. Pras coisas simples í s profissionais. Saber falar não quando necessário é muito importante, e eu sou bonzinho demais nesse quesito. Está me atrapalhando. Não quer dizer que vou virar sovina e chato pra caralho, mas quando eu estiver atarefado pra caramba ou não puder (e não quiser principalmente) fazer algo que não tenho que fazer, eu quero conseguir falar o "não" e ainda mostrar pra pessoa que ela é que tem que correr atrás das coisas.

Cê tem um caixa guardado pra poder fazer uns cursos e sobreviver uns 3 meses? Só toma cuidado com os cursos... hoje eu to preferindo comprar curso online gringo caro (que varia de 300 a mais de 1000 dolares) do que fazer curso presencial com certificado mas que não ensina nada. Outra coisa que aprendi nesse tempo todo é isso, certificado não interessa muito não, você por no currí­culo que sabe mexer em algo e estufar o peito pra falar que aprendeu sozinho vale 1000 vezes mais.


Aliás, acabei de ver a reportagem aqui: http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/milton-neves-critica-decis%C3%A3o-de-evaristo-costa-errou-menino-1.1502538

É o que estou achando ultimamente, povo dá pitaco demais na vida dos outros. Eu gosto muito do Evaristo como apresentador, o cara tá sempre com um sorriso no rosto, brinca com os fãs na internet e trabalha bem pra caramba. Mas não quer dizer que tenha problemas, já vi esse cara fazer chamada de madrugada e no mesmo dia aparece no jornal no perí­odo noturno cobrindo outro. Aí­ me vem o Milton Neves que eu acho um mané (gosto, fazer o que) e tenta dar lição de moral achando que sabe o que está acontecendo na vida do cara. Aliás, adorei as respostas do Evaristo pro merchan neves.

Manda brasa, bicho. Se você acha que é o momento, abraça a situação e a vontade pra fazer isso agora, aproveita que tá com vontade. Eu estava num ânimo violento quando saí­, mas como saí­ cheio de dí­vidas e problemas, só me prejudiquei. Faz um plano estratégico aí­ manda brasa. Infelizmente o máximo que a gente pode fazer aqui um pro outro é conversar mesmo, mesmo sem nunca nos termos visto.
« Última modificação: Julho 28, 2017, 11:07:13 am por Bruce Leeroy »
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Re:Work work work
« Resposta #13 Online: Julho 31, 2017, 03:39:45 pm »
Falar nisso Duccini, compartilhar esse marco com vocês:

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Offline Duccini

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Re:Work work work
« Resposta #14 Online: Agosto 10, 2017, 09:14:02 am »
Milton Neves é um babaca. Angariou a própria carreira através de invenção de polêmicas que o povo é doido pra consumir. É um retrato puro da falta de educação do brasileiro. E isso do Evaristo querer tirar um ano sabático, as crí­ticas que eu li é que ele fazia o trabalho e nada mais. Bom, isso é um problema? Porque se for, é praticamente nego falando que a gente deveria exercer trabalho escravo. Essa história de que o funcionário precisa dar 110% me irrita profundamente. O contrato de trabalho é uma via de duas mãos, ninguém tá fazendo favor a ninguém. E aí­ a gente entre na diferença entre o lí­der e o chefe.

Bom, eu já conversei aqui no meu trampo e vou ficar até o final do ano. É impressionante como o meu humor melhorou nas últimas duas semanas por conta disso. Agora é planejamento.

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Parabéns Chosão, rumo aos 10 agora!