GUARDIAN OF FOREVER
Diário do Vault Dweller
Os Vaults
Como todos os membros originais da Tribo, eu venho dos Vaults. Antes da Guerra, o governo dos Estados Unidos tinha muitos, muitos homens das tribos pelas cidades, pagos para manter aqueles enormes buracos cavados nas montanhas e cabanas de pedra e metal construídas dentro, no subterrâneo. Havia muitos Vaults. Alguns perto das cidades e outros mais afastados. Eles deveriam ser usados como lugares seguros no caso de uma guerra atômica. Como você pode adivinhar, quando veio a Guerra, seus ancestrais foram para um destes Vaults. Vault 13, para ser mais específico.
Por muitas gerações, os seus e os meus ancestrais viveram dentro de um Vault, da melhor forma possível. Era muito perigoso tentar deixá-los. Eles plantavam sua própria comida, reciclavam seu lixo, liam, trabalhavam, dormiam, tinham famílias, e até purificavam a água necessária, dentro do Vault. Eu nasci numa creche e fui educado pela comunidade (e por um robô). Foi uma vida boa, mas todas as coisas boas acabam. Três gerações depois da Guerra, o chip necessário para a purificação da água quebrou. Todas as partes sobressalentes estavam desaparecidas ou arruinadas, e sem a água, o Vault estava condenado. Algo deveria ser feito.
O Overseer juntou os mais saudáveis de uma certa idade e nos fez tirar a sorte nos palitinhos. Adivinhe. Eu puxei o menor deles. Não seria uma boa história se eu tivesse ficado, seria?
Deixei o Vault no dia seguinte.
A vida lá fora
Meus primeiros dias foram angustiantes demais para contar. Lutei contra alguns ratos gigantes, que estavam mais interessados em me devorar do que deveriam.
Minha única pista era a localização de um outro Vault, o número 15. Passei alguns dias cambaleando pelo deserto, antes de chegar a um pequeno povoado. Parei lá para pedir ajuda, e encontrei a pequena cidade de Shady Sands. Eu os ajudei e eles me ajudaram. Eu entendi que para sobreviver, precisamos nos unir, mesmo que seja com pessoas que você não confia. Eu realmente adquiri confiança, porém, de dois cidadãos de Shady Sands, Tandi e seu pai Aradesh.
Com o conhecimento deles e a ajuda de um homem chamado Ian, eu continuei o meu caminho para Vault 15. Para as ruínas do Vault 15, para ser mais específico. Destruído pelo meio ambiente, pelos animais e pelo tempo, o Vault 15 não oferecia ajuda nenhuma ao meu povo. A sala de controle em que estava o chip da água fresca estava soterrada pelas pedras e eu tive que continuar minha viajem.
Depois, tive um probleminha com uma gangue, que vai rogar praga em mim e em toda a Tribo por alguns anos, e então cheguei à Junktown. Foi aqui que aprendi a regra mais importante de todas: fazer boa ação às vezes pode significar ser uma pessoa muito má. minhas lembranças da cidade de Junk são marcantes, mas não sinto remorso dos meus atos naquele lugar. Foi lá que fui atrás de um cachorro, que me adotou e foi meu amigo fiel até o fim. Sinto falta de Dogmeat até hoje.
Apesar de Junktown ser uma cidade de comerciantes (e traidores), não tinha o chip da água fresca. Eu ainda não estava desesperado, pois ainda havia tempo de voltar atrás e voltar para minha casa, mas eu precisava me mexer. Felizmente, eles me colocaram na direção de Hub, a maior cidade do deserto. Hub era uma cidade maior que as duas juntas, Shady Sands e Junktown. O Vault poderia estar lá, mas provavelmente nem repararíamos. Mas as pessoas de Hub não tinham vida, e era um lugar triste do mesmo jeito. Passou pela minha mente, no entanto, contratar alguns comerciantes para trazer água para o Vault. Olhando para trás, provavelmente foi um erro fazer isso, mas eu era tão inocente e não acreditava nas emboscadas que poderiam surgir.
Uma pequena pista me levou até a cidade dos espíritos maus, o lugar que eles chamavam de Necropolis. Foi lá que encontrei vários mutantes, com armas de origem desconhecida. É com profunda tristeza que digo que Ian perdeu a vida na cidade dos ghouls. Um super mutante o queimou até a morte com um lança chamas. O tempo não apaga a lembrança de queimar um corpo. Mas seu sacrifício não foi em vão, pois eu encontrei o chip que procurava abaixo da cidade. Foi mais fácil voltar a Vault 13.
Inimigos do Estado
Enquanto o Oversser estava obviamente feliz de me ver retornar ao Vault 13, vivo e com a promessa da água, ele estava perturbado com a minha descrição dos super mutantes. Foi aqui que percebi o erro que cometi com os vendedores de água. Eu os guiei na direção de nossa casa.
Sem a proteção do anonimato, o Vault poderia ser facilmente destruído. O conhecimento do destino do Vault 15 não ajudou. O Oversser me deu a incumbência de uma nova missão. Encontre e destrua o perigo proveniente dos super mutantes. Mais uma vez, deixei o Vault. Só que desta vez, foi mais fácil para o meu coração. Olhando para trás, agora percebo que foi a primeira vez que eu deveria ter visto os verdadeiros corações dos outros moradores e do Overseer. Voltei à cidade de Hub, à procura de pistas.
Passei algum tempo lá, e descobri um submundo sombrio no meio do grande movimento da cidade grande. Eles pensaram que poderiam me manipular, mas eu provei a eles que estavam errados e ainda os usei. Salvei um jovem que pertencia à Brotherhood of Steel. Alguns causadores de problemas tentaram me impedir, mas aprendi muito sobre sobrevivência em todo esse tempo.
Era de meu maior interesse deixar a cidade por um tempo. Fui para essa Brotherhood. Pensando que eles teriam o conhecimento que imaginei, tentei me entrosar. Eles me pediram que saísse em uma busca antes que me aceitassem. Pensando que seria uma busca rápida e fácil, eu concordei e fui para o lugar que eles chamam de Glow. O horror da guerra atômica não tinha sido tão óbvio para mim até então.
A Brotherhood estava surpresa de me ver, e mais surpresos de ver que eu não tinha só sobrevivido à jornada, mas tinha me dado bem. Eles me deram as informações exigidas e alguma tecnologia, e eu comecei a procura de Boneyard.
Pelo meu caminho, peguei um desvio e parei em Necropolis para ver os velos amigos.
Infelizmente, aquele lugar era agora a cidade dos ghouls. Todos os humanos foram trucidados. Grandes mutantes vagavam pelas ruas. Encontrei um sobrevivente que me disse que os mutantes estavam procurando seres humanos puros, e um em particular. A descrição do alvo era exatamente a minha. Foi com o coração partido e a alma gelada que continuei o caminho de Boneyard.
O Master
A cidade de Los Angeles deve ter sido a maior do mundo antes da Guerra. O Boneyard de Los Angeles parecia continuar até o horizonte, com os esqueletos dos prédios no sol. Nem mesmo o vento entrava nesta cidade morta. Encontrei muitos inimigos, e poucos amigos, em Boneyard. Matei quando foi necessário e aprendi mais sobre a natureza dos meus verdadeiros inimigos. Muito abaixo do solo, encontrei o diabo que estava por trás dos mutantes e de seu exército. Dentro de um Vault escuro e proibido, onde, nas paredes, escorriam sangue dos corpos humanos e os gritos de morte ecoavam. Encontrei muitas criaturas más e mutantes.
Andando entre os desfigurados, matei um dos seus servos e peguei suas roupas. Escondido de ataques casuais, fiz meu caminho até o centro do Vault. Quanto mais fundo ia, mais horripilante era a jornada. Mais e mais carne humana eu encontrava, integrada com as paredes. O pior era que as partes ainda tinham vida, e pareciam saber da minha presença.
Depois de um tempo, me encontrava na frente da coisa mais horrível que já havia visto. Eu ainda não consigo descrever sobre essa descoberta, mas deixei todos saberem que, quando eu parti, a Besta estava morta e não era mais o “Mestre” do exército dos mutantes.
Os Vats
Meu trabalho ainda não estava terminado, pois eu ainda tinha mais uma tarefa. O Master construiu literalmente seu exército de mutantes, um a um. Humanos, de preferência pouco contaminados com radiação, capturados e enviados aos Vats. Lá eles eram mergulhados numa coisa chamada FEV, o que os transformava em grandes e grotescos mutantes. Eu tive que encontrar estes Vats, e os destruí também, temendo que outro pegasse o lugar do Máster e continuasse a construir o exército de mutantes. Felizmente, meus amigos da Brotherhood tinham algumas pistolas, e me ajudaram em minha tarefa.
Invadindo os Vats, passei por muitos mutantes e robôs. Ninguém podia ficar no meio do caminho. Eu tinha uma missão. Eu tinha um alvo. Tinha realmente uma grande arma. Foi aqui que Dogmeat, meu cachorro, morreu, vítima de um campo energético poderoso. Sinto falta daquele cachorro. Destruí os Vats naquele dia, e com isso, o exército dos mutantes.
Meu retorno para Vault 13
Eu não fui tratado e recebido como herói quando voltei ao Vault 13. O Oversser me encontrou do lado de fora da grossa porta do Vault e me disse que, apesar de eu ter prestado serviços para o Vault 13, pelos quais seria sempre lembrado, ele não podia mais confiar em mim ou em quem eu havia me transformado. Ele disse ainda que eu havia salvo seus habitantes, mas que naquele momento devia ir embora. Idiota!
Então eu fui.
Os dias e semanas seguintes foram difíceis para mim. Encontrei poucos amigos verdadeiros fora do Vault, e eles morreram me seguindo. Minha família havia me chutado e disseram que eu não poderia voltar nunca mais. Eu gritava. Eu chorava. Devagar, pude perceber que o Overseer poderia estar certo. Eu tinha mudado. A vida do lado de fora do Vault era diferente, e eu também. Mas eu nunca o perdoei por fazer o que ele fez comigo. Eu queria o deserto, mas nunca fui para mais longe que as montanhas que protegiam o Vault do resto do mundo. Talvez eu quisesse voltar, e forçar a minha entrada, ou implorar a eles para me terem de volta. Felizmente, não chegamos a este ponto. Encontrei alguma almas miseráveis, um pequeno grupo de moradores, que depois de ouvirem o que aconteceu comigo, decidiram abandonar o Vault 13 e seguir ao meu lado. Eles conheciam pouco sobre o mundo lá fora, e teriam morrido se não fosse a minha assistência.
Juntos, nosso pequeno grupo rumou para o norte, longe do Vault 13, e longe daquela vida antiga. Aos poucos, fui ensinado à eles o que a experiência me ensinou. E juntos, aprendemos a prosperar.
A Tribo
Com o tempo, nosso grupo virou uma tribo. Eu me apaixonei por uma pessoa e então criamos uma família, como todas as outras pessoas. Fundamos uma vila, atrás do grande canyon. É um lugar seguro, graças ao nosso trabalho duro.
Mandamos exploradores de volta ao Vault 13, para ajudar outros que pensavam como nós, mas que aos poucos chegaram ao fim. Agora, nós não vamos mais nessa direção. As vezes gostaria de saber o que aconteceu com o Vault 13. E os outros abrigos, mas nunca tenho tempo para pesquisar.
Ensinei aos outros as habilidades que precisariam parar sobreviver e crescerem fortes. Caçando, cultivando o solo, entre outras maneiras de nos alimentar. Engenharia e ciência para construirmos nossas casas. Luta para proteger o que era nosso.
Minha amada e eu guiamos o vilarejo e a tribo. A tribo cresceu, e cresceu forte com a nossa ajuda. Mas tudo tem um fim. Nossos filhos são, agora, os líderes. Tenho certeza de que a tribo vai continuar a crescer sob o comando de nossas crianças.
Minha amada se foi a alguns anos, e não há um dia sequer que eu não penso no rosto da Pat. A vejo cada vez que olho para nosso filhos. Este diário é nossa herança para eles, para os filhos deles, e para o resto da tribo.
Esta é minha história, e eu a sustento.
– Vault Dweller
Escrito por Duccini a partir do manual do Fallout 2