[Vault Dweller]

Nos últimos 2 anos entrei numa onda de jogar tudo o que eu jogava quando era moleque, num exercí­cio nostálgico e de memória que tem sido muito legal, apesar de poucos jogos manterem a magia que eu lembrava de terem.

Queria algo dedicado a isso e portável, então fiz com o que tá na foto: um Raspiberry Pi 3 com uma case que imprimi em 3D (e por isso está bem feia, com rebarbas e pintura tosca, mas me orgulho do detalhe do cartucho removí­vel - fiz 5), mas tô pensando em ir além. Na última semana comprei um cartucho de Mega Drive paralelo no AliExpress (esse aqui), e se for bom tô pensando em fazer isso com todos os que eu mais gostava, e depois partir pro SNES e pro Atari 2600, outros consoles que ainda tenho guardados, e daí­ comprar consoles e continuar, montando uma estante legal. Minha intenção original era um arcade mesmo com o Pi, mas ainda não arrumei espaço.

Não que eu seja purista e só jogue no console, mas acho que vai ser legal ter as caixinhas, pegas na estante, ligar o videogame... E como disse vou comprar só os que eu mais gosto.

Enfim... Vocês tem essa paixão pelos jogos antigos? Ainda jogam o que jogavam na infância? Se não é da sua época, se interessam por eles hoje? Ou preferem deixar as boas lembranças intactas? Fazem questão do console ou emular tá ótimo?

[Bruce Leeroy]

Enfim... Vocês tem essa paixão pelos jogos antigos? Ainda jogam o que jogavam na infância? Se não é da sua época, se interessam por eles hoje? Ou preferem deixar as boas lembranças intactas? Fazem questão do console ou emular tá ótimo?

Demais. Mais pela nostalgia, se eu pegar um jogo de mega por exemplo que eu não cheguei a jogar não me interessa nem um pouco. Todavia não tenho esse problema de manter a lembrança intacta, tem muita coisa que eu pego (tipo o jogo do michael jackson) e me pergunto "como eu gostava desse merda?", mas continuo jogando pela nostalgia. O encanto não se perde, a memóra fica.

Eu tenho ansiosidade, entao até hoje não gosto de console. Esperar ligar, carregar, não posso acelerar... prefiro jogar em pc mesmo, o botão de acelerar a velocidade no zsnes é uma maravilha.

[Duccini]

Legal cara, ficou muito louco. Parabéns!

Pior que eu tava com um adptador e 2 cartuchos de Mega aqui, mas doei eles junto com o próprio videogame. Se eu soubesse que você precisava...

Existem alguns jogos que eu ainda volto, pela nostalgia e porque acho bons mesmo: Battletoads, Ninja Gaiden 2, Sonic, KOF 96, TMNT, Simpsons, Golden Axe, Streets of Rage 2, Tetris, Pac Man, Rally x... mas sempre em emulador. Como eu tenho um estilo de vida meio minimalista acabei doando ou vendendo os jogos, livros, gibis, DVDs... (só CD que eu não consigo passar pra frente). Mas acho bem legal biblioteca de jogos.

Agora, jogar algo antigo e ver que não é tão bom... não sei, não consigo lembrar de nada no momento. O que pode acontecer é eu me decepcionar com a história, pegar detalhes chatos que não tive o conhecimento pra me atentar na época, principalmente relacionado a racismo ou sexismo.

[Vault Dweller]

Mais pela nostalgia, se eu pegar um jogo de mega por exemplo que eu não cheguei a jogar não me interessa nem um pouco.

Era isso mesmo na maioria das vezes. Mudou agora com o emulador do Raspi, tô jogando muita coisa que perdi e até gostando. Teve também um caso de um jogo lançado em 2010, Pier Solar, que eu ignorei nesses anos e comecei a jogar agora pra ver qual é.

O encanto não se perde, a memóra fica.

Agora, jogar algo antigo e ver que não é tão bom... não sei, não consigo lembrar de nada no momento.

Não digo nem sobre ser ruim - ou eu descobrir que é ruim - mas da magia da nostalgia mesmo. Não consigo fazer como o Leeroy, que não perde o encanto. Em alguns eu vejo um jogo bom, mas não aquilo tudo de antes. Normal, eu acho, mas teve caso de alguns que eu amei nesses anos todos e agora é só mais um jogo bom. World of Illusion, por exemplo (já Castle of Illusion eu continuo amando).

Como eu tenho um estilo de vida meio minimalista acabei doando ou vendendo [...]

Cara, eu sou muito acumulador, eu guardo muita tranqueira. Na casa dos meus pais então, meu quarto ainda tá lá cheio de tudo que eu tinha. E sobre os cartuchos que você doou... Poxa, eu iria querer certamente! Mas fica o aviso pros outros do fórum que tiverem aí­! Hahaha!

Aproveitando também pra convidar todo mundo de SP (ou que venha pra SP) pra jogar lá em casa.

[Bruce Leeroy]

Ultima online por exemplo, foi o jogo que me atrapalhou na escola. É bem antigo, jogabilidade ruim pra cacete, PvP só com macros e tal, mas eu jogava pela exploração do mapa mesmo, das skills... aí­ se eu jogasse hoje ia continuar amando, mesmo sendo velho. Só que agora os shards tem muita firula, umas cores inventadas brilhantes pra caralho, uns bichos nada a ver... aí­ perdeu o encanto pra mim: porque mudou.

O rabo mesmo é ter a mesma emoção com os jogos como antigamente. Quando ce ligava um sonic e escutava aquela musica da primeira fase o coração pulava até mais forte de emoção, quando você iniciava um pokemon novo no gameboy a música e a escolha do inicial dava um mini ataque cardí­aco de emoção. ISSO não existe mais não, mas a lembrança de que isso existiu que me faz gostar de jogar novamente.

[Duccini]

Então, aí­ que tá, quando baixei uma porrada de roms pra MAME achei que ia ficar sentindo saudade da infância no fliperama mas isso não aconteceu. Em compensação tem jogos que quando vejo ví­deo acerta direto no emocional. Full Throttle ou Dark Forces por exemplo me faz lembrar do cheiro do mousepad no qual eu joguei. Ou aquele setup de detectar a soundblaster 16...

Aproveitando também pra convidar todo mundo de SP (ou que venha pra SP) pra jogar lá em casa.

Opa, eu vou!

[Slaughter]

Cara, de cabeça eu não lembro de nenhum jogo antigo que eu olhe e pense "Ah, isso não é tão bom quanto eu lembrava".

As vezes eu noto que fazem um jogo, ai fazem uma continuação, mas a continuação perde alguma coisa que tornava o original especial. Tipo como Diablo >>> Diablo II.

Eu achava que o Colec estava errado por apreciar o original mais que a continuação (que era maior/melhor), mas depois entendi que o Diablo II simplesmente não tinha aquela atmosfera gótica sinistra do original, onde poucos monstros eram uma grande ameaça, e coisas como posicionamento tático eram vitais pra vencer.

Ai você pega Diablo II, que tem menos atmosfera e 99% do jogo consiste em matar hordas absurdamente imensas de monstros bucha de canhão em combates entediantes, até sua mão de mouse cancer de tanto clicar. Tem suas experiencias únicas, mas são momentos raros - geralmente enfrentando certos monstros unicos especiais, áreas muito dificeis (puta que pariu Act III e seus pigmeus do inferno), áreas com atmosfera ou visuais muito loucos, ou chefões.

Dava pra comprimir Diablo II em um jogo com 1/10 do tamanho e nada seria perdido, na boa. Deixa eu me lembrar do jogo:
Act I - Floresta, Blood Raven, caverna, retorno a Tristam, Monastério, Andariel. Seis fases do tamanho de uma Dungeon de D1 + Andariel.
Act II - Tumba da Múmia lá, Deserto, Eclipse das cobras lá, Palácio, Santuário Arcano, Tumba de Tal'Rasha, Duriel. Seis fases do tamanho de uma Dungeon normal + a areninha do Duriel
Act III - Outer Kurast/Selva, Inner Kurast, Travancaal, Durance of Hate.
Act IV - Nem precisa comprimir, é bem pequeno.
Act V - Cerco da Cidade, Nihilath, Cavernas de Gelo, Anciões, Baal.

E ai tem a magia dos mods, que conseguem tornar um jogo clássico ainda melhor. Por exemplo, o mod The Hell pro Diablo. The Hell é puro suco de vitória.

[The Chosen One]

Emuladores hoje eu tenho no celular. Tenho meus jogos favoritos do megadrive e do super nintendo. Comprei um joystick low profile que dá pra encaixar o celular e tudo certo... transformei em hand held.

Eu tinha um megadrive com vários cartuchos originais, na época da faculdade ainda... mas deixei na casa de meus pais, quando voltei lá um dia minha mãe tinha doado tudo... quase enfartei...

Mas ainda gosto MUITO de jogar jogos como  Sonic do 1 ao Knuckles, Beyond Oasis, Mega Man X...

Gosto tanto dessa nostalgia que eu devorei Sonic Mania rapidinho...

[Bruce Leeroy]

Há muitos fatores que causam nostalgia. Arrisco dizer que um deles era a dificuldade pra zerar um jogo, aquele lance de você ficar meses num jogo só,  repetir e repetir até conseguir nem zerar, mas chegar num ponto avançado, aí­ ter que comprar revista, convidar amigos pra jogarem juntos porque tinha um que sabia passar melhor de uma parte que você, etc. Hoje o pau quebra e pronto, aí­ vem um dark souls da vida e o povo pira que o trem é difí­cil. Quanto tempo da minha vida eu "perdi" jogando prince of persia, ghouls and ghosts, gold of the aztecs (esse nem é conhecido, mas é rabo pra cacete)... isso aumenta o fator nostalgia demais, voce nao ficava só jogando, precisava correr atras de informações sem internet, fazer amizade, ouvir teorias da conspiração em jogos... era da hora. Hoje voce cospe 100 reais na steam em uma sales e tem um catálogo de jogos que comprou que nem dá pra jogar direito.

Aliás, falando em amizade, isso era outra coisa que deixava as coisas legais. Jogar de 2 players era uma experiência incrí­vel, ninguém queria ser o player 2 porque era o "coadjuvante" só, o dono do video game que era o 1 sempre. PC idem, dividir um teclado era divertido até pela dificuldade, já estraguei muito teclado com meu irmão jogando golden axe, speed racer... na época do dream cast já varei madrugada jogando de 4 players, era pré internet varei madrugada fazendo mini lan house em casa (carregar monitor crt na rua debaixo de um braço, cpu no outro, acessorios na mochila, eita) pedindo sanduí­che no telefone pra aguentar o tranco. Aí­ veio o multiplayer e trouxe novas experiencias, mas nunca foi pra mim a mesma coisa que esses encontros pessoais que fortaleciam a amizade.

[Duccini]

Leeroy, um jogo que virou de cabeceira pra mim foi Spelunky, exatamente por causa da dificuldade que foi terminar (entre outras coisas - o jogo é de fato muito bom). E sobre jopgar em grupo, vira e mexe a gente tira um dia de jogatina co-op no meu apê. Jogos tipo Duck Game, Overcooked, Towerfall... me divirto muito mais do que saindo pra beber.

O que eu esqueci de falar ontem, se for olhar minha conta no Steam boa parte do que tem lá é remake, port de jogo antigo ou sucessor espiritual: Resident Evil, Castle of Illusion, Bombing Bastards (Bomberman), Duck Tales, Mega Drive Collection, Dreamcast Collection, Road Redemption (Road Rash), vários Sonics, várias franquias clássicas de luta, Toybox Turbos (Micro Machines), Metal Slug, D&D Mystara e Doom, Blaze Rush (Rock'n'Roll Racing), Gauntlet e por aí­ vai. Isso tem sim um apelo comercial pra mim. Pra eu não comprar precisa ser realmente ruim, tipo o port de Chrono Trigger que saiu ontem.