Seria a favor de uma intervenção militar se fosse algo rápido, meramente uma limpeza de casa mesmo, escorraça todos os políticos, bota todo o aparato estatal pra investigar um por um, desde vereador de cidade do interior até quem estiver na presidência, quem for bandido e corrupto é banido da vida pública, fim da história. Depois mudar TOOODO o sistema, fazer trocentas emendas á constituição de 88 (ou até mesmo fazer uma nova, a Constituição de 88 é uma merda). Também aprovaria botar todas as capitais brasileiras em Lei Marcial, é ridículo no Brasil termos mais mortes por violência do que na guerra da Síria.
O primeiro maior erro dos militares em 64 foi que eles não saíram em 68. O segundo maioir erro foi a tal da "politica da panela de pressão" que deu as universidades e o meio intelectual de bandeja pra esquerda.
Agora, falando em praticidade...
Não tem como rolar, não agora. Talvez daqui á vinte ou trinta anos. Pra começar, uma intervenção militar requer coordenação, não dá pra um general solitário se sublevar e pronto, vai terminar como a Revolta da Armada. E mais importante - O comandante da parte do exército (antigamente era o IV Exército, não sei qual o nome atual) que guarda a tríplice fronteira tem que estar do lado da intervenção, ou a revolta não rola - porque é a parte melhor armada e mais equipada do exército, com mais homens, etc.
Tá, vamos dizer que a maioria dos generais está do lado da intervenção, e o resto eventualmente entrar no trem. É difícil rolar uma guerra civil no Brasil, não é do nosso gênio. Vamos supor que o poder seja "cedido" "pacificamente", como foi com Goulart.
O problema é no campo da opinião. Podem até tentar controlar a impressa local, mas a internet vai borbulhar. Lembrando que há décadas existe uma campanha pra jogar as FA no chão, falando tudo de mal, ampliando fatos ou até inventando coisa. Em 1964 o país estava em caos (acho que mais que agora), com grande mobilização contra a situação, tinha guerra fria, etc. Hoje em dia o paradigma ocidental é social-democracia onde todo mundo é esquerdista, 99% dos países ocidentais são sociais-democracias (incluindo nós), não tem um país libertário ou conservador no ocidente (no máximo anomalias, como a Hungria, e Dinamarca e Noruega parece que estão chegando lá).
E tem também relações estrangeiras. O ocidente em 64 era Liberal-Conservador (Europe social-democrata) contra o Marxismo-Leninismo da União Soviética, e era simplesmente melhor botar ditadores militares na America Latina do que deixar o comunismo tomar o poder, ainda mais no Brasil, que se tomado pelo comunismo levaria o continente junto fácil fácil*.
*Só usar o vasto território brasileiro pra abrigar guerrilhas, fabricar muita munição e arma, mandar uns "voluntários", instruir com conhecimento do nosso exército e dos soviéticos, e pronto, GG America do Sul.
Quem vai aprovar a intervenção (que muitos chamarão de golpe)? Quase toda a America Latina tá na mão de esquerdistas, muitos deles bolivarianos ou simpatizantes, e o resto (Chile, Peru, Colombia, e o México) provavelmente vão ser contra por principio por causa do precedente. Os EUA dificilmente vão apoiar (os EUA são um país esquerdista agora). Os chineses não estão nem ai mas vão seguir a maré. Europa vai reprovar. Russia também não vai gostar. E se quem não gostar fizer sanções econômicas? Só ai vão ser no minimo dez parceiros comerciais importantes bloqueando o Brasil.
Eu realmente acho que uma intervenção militar muito bem feita poderia resolver muitos problemas, mas não agora. Não tá na hora. Tomaram o poder em 64, mas a esquerda ganhou no meio cultural. A guerra tem que ser travada politico-culturalmente.
Sem contar que do jeito que tão cagando na cabeça dos militares ultimamente, eles não tem a minima obrigação de fazer nada. Acho que a atitude deles deve ser algo como "toma ai a corda pra se enforcarem, divirtam-se com a 'democracia' e a 'liberdade'!"