Autor Tópico: Maí¬as viciados em coca-cola tomam mais que dois litros de Coca por dia  (Lida 1249 vezes)

Offline Slaughter

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Cara olha que situação doida:



Maria del Carmen Abadí­a vive em uma das regiões mais chuvosas do México, mas a água encanada só chega í  casa dela dia sim, dia não. E, quando o lí­quido chega í s torneiras, a água é tão saturada de cloro que é impossí­vel bebê-la.

A água potável é cada vez mais rara em San Cristóbal de las Casas, cidade montanhosa do estado de Chiapas, sudeste do México, onde certos bairros só têm água potável algumas vezes por semana, e muitos lares são obrigados a comprar água adicional de caminhões-pipa.

Assim, muitos moradores bebem Coca-cola, produzida por uma fábrica local, mais fácil de encontrar do que garrafas d"™água e quase tão barata quanto esta.

Num paí­s que está entre os maiores consumidores mundiais de bebidas açucaradas, Chiapas é um campeão: os moradores do estado bebem em média mais de dois litros de refrigerante por dia.

O efeito na saúde tem sido devastador. A mortalidade em decorrência de diabetes em Chiapas aumentou 30% entre 2013 e 2016, e a doença é agora a segunda principal causa de óbitos no estado, perdendo para a doença cardí­aca e provocando mais de 3 mil mortes por ano.

"œQuando eu era criança e costumava vir até aqui, Chamula era isolada e não tinha acesso a alimentos processados", disse Vicente Vaqueiros, médico da clí­nica de San Juan Chamula, cidade próxima habitada por agricultores. "œAgora, vemos as crianças bebendo Coca-cola, e não água. No momento, as diabetes estão afetando os adultos, mas as crianças serão as próximas ví­timas. A situação vai nos sobrecarregar".

Os moradores identificaram aquela que parece ser a principal responsável: a fábrica da Coca-cola nos arredores da cidade. A fábrica tem autorização para extrair mais de um milhão de litros d"™água por dia como parte de um acordo estabelecido há décadas com o governo federal.

Executivos da Coca-Cola e alguns especialistas dizem que a empresa tem sido retratada injustamente como vilã. Eles creditam o problema í  rápida urbanização e í  falta de planejamento e de investimento do governo, que permitiram o colapso da infraestrutura da cidade.

Cientistas, por sua vez, apontam que a mudança climática também desempenhou um papel no esgotamento dos poços artesianos que sustentaram San Cristóbal por gerações.

"œJá não chove como antigamente", disse Jesús Carmona, bioquí­mico do centro de pesquisas local Ecosur. "œCostumava chover quase todos os dias e noites".

A fábrica pertence í  Femsa, grande conglomerado de alimentos e bebidas que é dono dos direitos de engarrafamento e venda de Coca-cola em boa parte da América Latina. Executivos da Femsa dizem que a instalação traz pouco impacto para o fornecimento de água da cidade, destacando que os poços usados são muito mais fundos do que aqueles usados para o abastecimento dos moradores.

A empresa é também uma importante força econômica, empregando cerca de 400 pessoas e contribuindo com cerca de US$ 200 milhões para a economia do estado. Mas crí­ticos dizem que o acordo entre a Femsa e o governo federal não atende aos interesses da cidade.

"œA Coca-Cola age de maneira abusiva e manipuladora", disse o ativista local Martin López López. "œA empresa fica com a nossa água pura, adiciona corante e engana o público na TV dizendo que seu produto contém a alegria da vida. Eles pegam nosso dinheiro e saem correndo".

A cientista social Laura Mebert, da Universidade Kettering, em Michigan, diz que a Coca-Cola paga uma quantia desproporcionalmente pequena pelo privilégio do acesso í  água, cerca de US$ 0,10 por mil litros.

"œA Coca-Cola paga essa quantia ao governo federal, não ao governo local", disse Laura, "œenquanto a infraestrutura que atende os moradores de San Cristóbal está literalmente em ruí­nas".

Entre os problemas enfrentados pela cidade está a falta de tratamento do esgoto, o que significa que a água suja é misturada diretamente aos recursos hí­dricos locais. Carmona disse que os rios de San Cristóbal estão infectados pela bactéria E. coli e outros patógenos infecciosos.

Desde a chegada das garrafas de Coca-cola í  cidade, meio século atrás, a bebida tem sido incorporada í  cultura local. Em San Juan Chamula, os refrigerantes engarrafados são usados em cerimônias religiosas praticadas pela população indí­gena Tzotzil. Muitos Tzotzil acreditam que as bebidas gaseificadas têm o poder de curar os doentes.

Funcionários locais do sistema de saúde dizem que campanhas de marketing promovidas por Coca-Cola e Pepsi a partir dos anos 1960 ajudaram a incorporar os refrigerantes í s práticas religiosas locais. Durante décadas, as empresas produziram cartazes no idioma local, frequentemente usando imagens de modelos vestindo os tradicionais trajes dos Tzotzil. A Coca-Cola já deixou de veicular essas campanhas.

Maria del Carmen disse responsabilizar a si mesma por beber tanto refrigerante. Ainda assim, com a deterioração da saúde de sua mãe e depois de ter assistido í  morte do pai em decorrência de complicações do diabetes, ela teme pelo próprio bem-estar.

"œTenho medo de ficar cega, perder um pé ou uma mão", disse ela. "œEstou muito assustada".


Fonte: https://agorarn.com.br/mundo/alto-consumo-de-refrigerantes-causa-surto-de-diabetes-em-cidade-mexicana/
Membro da Comunidade desde Jul 9, 2003, 10:31pm

Citação de: Bruce Leeroy
Eu vou escrever pra caralho porque você escreve pra caralho, então você vai ler pra caralho, caralho.