Autor Tópico: Sua cidade... NO FUTURO  (Lida 2769 vezes)

Offline Slaughter

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Sua cidade... NO FUTURO
« Online: Janeiro 17, 2016, 07:31:14 pm »
Dia 12 foi o aniversário de 400 anos de Belém, a Metrópole da Amazônia!

E isso me fez pensar como Belém mudou tanto nesse tempo. E isso me fez pensar... como você acha que sua cidade vai estar daqui á 50, 100, 200, 400, 1000 anos? Vai decair? Vai se tornar mais rica e poderosa? Ainda vai existir?
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Citação de: Bruce Leeroy
Eu vou escrever pra caralho porque você escreve pra caralho, então você vai ler pra caralho, caralho.

Offline Technomage

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #1 Online: Janeiro 18, 2016, 02:44:17 pm »
Olha, tem havido vontade de transformar porto alegre numa daquelas cidades sem carro, afim de conter os crescentes engarrafamentos. Se a sociedade civil interessada conseguir tais progressos, é possí­vel que em 2025 seja um dos poucos lugares que não se degradaram em uma distopia cyber punk.

Offline Slaughter

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #2 Online: Janeiro 18, 2016, 03:57:55 pm »
Olha, tem havido vontade de transformar porto alegre numa daquelas cidades sem carro, afim de conter os crescentes engarrafamentos. Se a sociedade civil interessada conseguir tais progressos, é possí­vel que em 2025 seja um dos poucos lugares que não se degradaram em uma distopia cyber punk.

Qual é o tamanho da população? Migração de fora? Crime?

Cidade sem carro só funciona com segurança boa. E segurança boa só acontece quando para de ficar entrando um zilhão de forasteiros fedorentos de outras partes do paí­s achando que sua cidade é um Eldorado de trabalho e emprego.

Belém nunca deveria ter crescido acima de 1 milhão, por exemplo. Por isso que a cidade tá fodida como está - bando de gente de fora veio pra cá. OBRIGADO, Obama Sarney fdp. Morra lentamente, e sofrendo!
« Última modificação: Janeiro 19, 2016, 12:45:14 am por Slaughter »
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Citação de: Bruce Leeroy
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Offline Deko

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #3 Online: Janeiro 18, 2016, 06:36:48 pm »
Cara sei lá, eu só consigo pensar em tudo de ruim das outras grandes cidades do mundo pro meu rio de janeiro.
transito de sp, poluição de hong kong, violência de ... rio de janeiro.

Offline Bruce Leeroy

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #4 Online: Janeiro 18, 2016, 10:07:45 pm »
Arquitetura e urbanismo no Brasil não existe, é apenas pontual nas cidades e geralmente pontual em áreas de elite.

Só tacando bombas atômicas por aqui e construindo tudo do zero agora pra resolver. Crescimento desenfreado é foda, uma vez que ocorreu é bem complicado resolver.
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Offline Slaughter

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #5 Online: Janeiro 19, 2016, 12:57:36 am »
Arquitetura e urbanismo no Brasil não existe, é apenas pontual nas cidades e geralmente pontual em áreas de elite.

Só tacando bombas atômicas por aqui e construindo tudo do zero agora pra resolver. Crescimento desenfreado é foda, uma vez que ocorreu é bem complicado resolver.

Cara, rola umas anomalias de vez em quando, tipo na época da Belle Epoque quando Belém era administrada pelo bom Intendente, Antônio Lemos.


Belém era a Paris n' America que impressionava até os estrangeiros, uma cidade européia na selva, e diziam muitos homens do sudeste na época que nunca São Paulo ou Rio de Janeiro se tornariam algo assim. Embora pra dimensionar a coisa, o boom da borracha foi uma época de prosperidade nunca vista antes ou depois em Belém, e a economia da borracha estava com os dias contados. Mesmo assim, o cara sabia administrar.

Teve um fim triste, morreu no Rio em praticamente ignômia depois de uns fdps do Lauro Sodré arrastarem ele feito um cão na rua. Vergonhoso um homem tão bom e digno morrer assim. Mas a história o vindicou como o maior administrador que Belém já teve. E ele só tinha o que hoje correspondia ao ensino médio, enquanto tem muito diplomado por ai que não consegue administrar nem barraca de cachorro quente.

Cara sei lá, eu só consigo pensar em tudo de ruim das outras grandes cidades do mundo pro meu rio de janeiro.
transito de sp, poluição de hong kong, violência de ... rio de janeiro.

O Rio já foi pior, no inicio do Século 20 estrangeiros evitam aportar no Rio porque o Rio era um lugar nojento e sem saneamento á ponto que quem atraca-se aqui, ficava doente. Tipo essas cidades da índia.
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Offline Duccini

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #6 Online: Janeiro 19, 2016, 06:57:35 am »
Crescimento desenfreado é foda, uma vez que ocorreu é bem complicado resolver.

Dá uma olhada no mapa do centro expandido de São Paulo. Tenta enteder a lógica dessas ruas:



Sem falar que essa porra é um vale, pra qualquer lado que você quer ir é obrigado a subir um morro. Agora, como se resolve isso? Não tem como, a densidade populacional do centro é absurda. E a especulação imobiliária age no sentido de construir desenfreadamente aqui. Pra todo lado que você olha é imobiliária, planta, prédio subindo, ocupação desocupando...

Não é de todo ruim. Bastante gente gosta dessa região por causa da quantidade absurda de opções do que se fazer. Mas é completamente desorganizado e dependendo da sua condição financeira, desumano.

Sobre o futuro, eu realmente não sei. Apesar de muita gente meter o pau, a atual prefeitura deu uma mexida na cidade. São Paulo nos últimos anos tá tentando abraçar um lado mais turí­stico, já que sempre foi forte na questão de eventos mas nunca foi muito acolhedor. Tá sendo feito de maneira meio atabalhoada, tem muito pra melhorar ainda. O problema é que o atual cenário polí­tico não ajuda ninguém e tudo é um parto. Então é difí­cil saber se essa tendência será continuada e melhorada, ou deixada pra trás. Mas o plano diretor da cidade é evidentemente baseado no que foi feito em Bogotá e New York.
« Última modificação: Janeiro 19, 2016, 07:00:33 am por Duccini »

Offline Bruce Leeroy

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #7 Online: Janeiro 19, 2016, 11:14:06 am »
Cara, polí­ticas públicas. É uma coisa muito complexa, deixou perder o controle já era. Polí­ticos acham que sabem de tudo, arquitetos de nariz empinado esquecem da cidade como um todo, urbanistas de verdade não recebem o devido valor frente aos de elite, lideranças que não se comunicam, falta de comunicação entre profissões, profissões atropelando a área de atuação umas das outras, a discrepância de classes sociais que segrega a cidade... são muitos fatores. Quando a cidade é pequena, se há uma liderança consciente e que consegue exercer o poder sem muitos entraves a coisa pode até andar direito para um bom crescimento futuro, mas quando qualquer coisa é avacalhada, é uma bola de neve. É um sistema, se uma engrenagem pára ou funciona de forma errada tudo desanda.

Quer um exemplo tí­pico? Careço de fontes, isso apenas me foi relatado, mas enfim. Belo Horizonte foi uma cidade planejada ao modo parisiense. Era linda, me encanto com as fotos até hoje de como era antigamente. Recebeu o tí­tulo de "cidade jardim" de tão encantadora. Mas claro, o planejamento foi apenas para a época, posteriormente o único "planejamento" que fizeram foi garantir direitos ao Niemeyer para que todo prédio público de impacto fosse feito por seu escritório para "dialogar" com o restante. Enfim, a cidade começou a crescer e em determinado momento, no governo de JK (não entro em mérito se foi um bom polí­tico ou não), houve o projeto pra criar uma avenida que hoje possui uns 8km que liga o centro í  região turí­stica da pampulha. À época, JK queria que a avenida fosse larga para os padrões da época, mas já pensando no crescimento que poderia haver. Criticaram o projeto, acusaram-no de querer fazer um elefante branco e de ser motivo para desviar verbas. O resultado foi uma avenida enorme que precisou ser duplicada e atualmente refeita para a implementação do BRT que já está se mostrando um belo de um fracasso pelo que foi prometido.

O problema não é refazer, quebrar, ampliar... o problema é que o CUSTO de desapropriação em obras chega a ser 6x maior que o custo da própria obra. Agora imagine um local valorizado, esses 6 vão ser muito maiores. Mais número de processos judiciais de proprietários que conseguem um valor mais alto, etc.

É muito complicado, muito complicado. Veja a própria Paris, por exemplo. Conheci tanto a região turí­stica quanto a periférica. Carro que não acaba mais, estacionamento subterraneo que não acaba mais, rodí­zio pra estacionar inclusive na porta da sua casa! Mas a cidade funciona. Tudo tem jeito, mas é preciso ser sempre pensado e cuidado. Agora, estamos no Brasil. O complexo de vira-latas que "me perdoe", mas de fato somos muito avacalhados. Até mesmo quando aparece alguém tentando resolver as coisas já temos o preconceito de acusar de safado só porque é polí­tico.
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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #8 Online: Janeiro 19, 2016, 10:13:15 pm »
O futuro de minha cidade é ser engolida pelo mar.

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #9 Online: Janeiro 25, 2016, 12:16:13 am »
Continuar vendo capivaras cruzando no meio da noite...

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #10 Online: Fevereiro 17, 2016, 10:12:35 am »
Arquitetura e urbanismo no Brasil não existe, é apenas pontual nas cidades e geralmente pontual em áreas de elite.

Só tacando bombas atômicas por aqui e construindo tudo do zero agora pra resolver. Crescimento desenfreado é foda, uma vez que ocorreu é bem complicado resolver.

Cara, rola umas anomalias de vez em quando, tipo na época da Belle Epoque quando Belém era administrada pelo bom Intendente, Antônio Lemos.


Belém era a Paris n' America que impressionava até os estrangeiros, uma cidade européia na selva, e diziam muitos homens do sudeste na época que nunca São Paulo ou Rio de Janeiro se tornariam algo assim. Embora pra dimensionar a coisa, o boom da borracha foi uma época de prosperidade nunca vista antes ou depois em Belém, e a economia da borracha estava com os dias contados. Mesmo assim, o cara sabia administrar.

Teve um fim triste, morreu no Rio em praticamente ignômia depois de uns fdps do Lauro Sodré arrastarem ele feito um cão na rua. Vergonhoso um homem tão bom e digno morrer assim. Mas a história o vindicou como o maior administrador que Belém já teve. E ele só tinha o que hoje correspondia ao ensino médio, enquanto tem muito diplomado por ai que não consegue administrar nem barraca de cachorro quente.

Cara sei lá, eu só consigo pensar em tudo de ruim das outras grandes cidades do mundo pro meu rio de janeiro.
transito de sp, poluição de hong kong, violência de ... rio de janeiro.

O Rio já foi pior, no inicio do Século 20 estrangeiros evitam aportar no Rio porque o Rio era um lugar nojento e sem saneamento á ponto que quem atraca-se aqui, ficava doente. Tipo essas cidades da índia.

Na prática a segurança é relativamente alta. Boa parte dos assassinatos são acertos de conta, muitas vezes na base da facada em duelo. Boa parte dos assaltos são de pivetes de Restinga e Viamão que ouviram muito funk carioca e quando não apanham na rua das ví­timas ou da polí­cia, matam alguém e vão para a polí­cia chorando porque fizeram merda.

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Re:Sua cidade... NO FUTURO
« Resposta #11 Online: Maio 12, 2016, 07:25:37 am »
Lagos, a cidade onde vivo, tem cerca de 4000 anos, e ao longo desses anos todos sofreu grandes alterações, quase todas ligadas de alguma forma ao oceano.

Nasceu porque era um bom sí­tio para reparar e abastecer barcos, cresceu por causa do tráfego marí­timo entre o Extremo Oriente e o Norte da Europa, decaiu por causa de um grande sismo e da guerra contra Roma, voltou a crescer porque os romanos fizeram dela um pólo de salga de peixe, voltou a cair quando os romanos foram derrotados e atingiu o ponto mais baixo durante o domí­nio dos muçulmanos, devido í  pirataria no mar. Voltou a crescer quando começaram os Descobrimentos Portugueses, voltou a cair por causa da perda da independência para os reis Filipes de Espanha e devido ao Sismo de 1755. Desenvolveu-se novamente no Século 19 como pólo industrial de enlatamento de peixe, e entrou outra vez em declí­nio quando as fábricas fecharam depois da Segunda Guerra Mundial. Voltou a crescer quando os turistas começaram a visitar as praias, e é devido ao turismo que se tem desenvolvido nos últimos tempos.

Se o futuro da cidade está ligado ao futuro do oceano, então Lagos está em má situação, porque tem virado as costas ao oceano. Não tem um porto decente que permita apanhar as tão almejadas rotas de cruzeiros, nem monumentos importantes ou outros pontos de atracção para chamar os turistas de cruzeiro. Também não tem infraestruturas portuárias para captar navios de mercadorias, nem um tecido industrial ou extractivo que justificasse tal desenvolvimento.

A principal actividade tradicional, a indústria da pesca, já não tem muita importância, primeiro porque já se extinguiram as fábricas de transformação, que permitiam dar valor ao produto base, segundo devido ás facilidades de transporte que permitem a importação rápida e pouco dispendiosa de produtos de pesca de paí­ses tão distantes como a China, e terceiro devido í s leis ambientais que condicionam a actividade de forma a torná-la mais sustentável para a vida marinha. Dito de outra forma, a pesca está em crise, e apenas se mantém praticamente para abastecer uma (cada vez mais idosa e menor) parte da população de Lagos que ainda compra o peixe fresco, e os restaurantes que servem os turistas.

Portanto, Lagos não tem movimento comercial de grande porte, e a pesca está em decadência; as duas únicas actividades ligadas ao mar que restam são a utilização da praia por turistas, e o tráfego comercial de pequenas dimensões, ou seja, embarcações turí­sticas privadas, quer de uso pessoal (iates, barcos de pesca) ou uso empresarial (embarcações de dimensões pequenas e médias nas quais se praticam actividades turí­sticas, como festas, observação de monumentos humanos ou naturais, ou desporto). Estas duas últimas vertentes têm um peso enorme, constituindo uma imagem de marca da cidade - Lagos é conhecida principalmente pelas suas praias, e em segundo plano pelos seus monumentos históricos e pela marina.

Desta forma, não é difí­cil verificar como a cidade é absolutamente dependente do turismo. Caso este entrasse numa acentuada decadência por qualquer motivo, a cidade iria sofrer bastante, algo que aconteceria igualmente com o Algarve inteiro e em grande parte do paí­s. E ameaças ao turismo não faltam - concorrência de outros destinos, crises económicas, problemas naturais, etc.. Lagos, como o resto do Algarve, tem sobrevivido especialmente devido ao desenvolvimento das infra-estruturas de transporte, nomeadamente das vias rodoviárias, e a uma redução massiva de preços para se manter competitiva. Alguém que visite Albufeira ou Lagos ou Quarteira dificilmente acreditará que o Algarve já foi um destino de elite, um sí­tio onde só ia quem tinha possibilidades para gastar muito dinheiro em alojamento e transporte. Ainda existem locais desses no Algarve, como o Vale do Lobo, mas são uma minoria em relação ao massivo número de alojamentos disponí­veis a preços ridiculamente baixos.

Entra-se assim num ciclo vicioso - preços mais baixos atraem mais pessoas, mas em geral essas pessoas são menos exigentes, reduzindo a qualidade do serviço prestado. Serviços mais simples são mais fáceis de criar e manter, possibilitando assim o crescimento da concorrência, voltando-se í  guerra dos preços. Como resultado final, a qualidade é quase totalmente sacrificada, criando-se assim uma rede de estabelecimentos de serviço básico a preços diminutos. Isto reduz a classificação geral da zona, que passa a ser considerada de baixo valor (denominada normalmente de "budget"), alienando os turistas mais exigentes.

Assim, para manter um ní­vel de lucro aceitável para manter o negócio, em vez de serviço elevado a poucas pessoas, apela-se a serviço baixo a muitas pessoas. Ora, Lagos nunca foi planeada para albergar um grande número de pessoas. Como consequência, não existem serviços suficientes, como transportes, venda de alimentação, combustí­veis, manutenção de electricidade, saneamento básico restauração, etc., para acomodar decentemente este grande número, pelo que a capacidade existente tem de ser ampliada, muitas vezes de forma insatisfatória, sem um planeamento cuidado, tendo já atingido diversas vezes um ponto de ruptura, resolvido através de soluções temporárias que costumam ser pouco adequadas, e que muitas vezes ultrapassam os trâmites legais de segurança ou dos direitos dos trabalhadores.

Dito isto, qual é o futuro de Lagos? O futuro de Lagos será o mesmo do Algarve, ou seja, manter o turismo a todo o custo, porque está totalmente dependente desta actividade. Felizmente, felizmente, o número de turistas tem aumentado, devido ao processo descrito acima, de reduzir a qualidade para atingir preços mais baixos. O problema é que em muitos casos a qualidade já atingiu o limiar mí­nimo de aceitabilidade, e a guerra dos preços já leva muitos negócios ao limite da sua sustentabilidade financeira para poder subsistir. Mesmo uma pequena redução na procura turí­stica seria devastadora, se se verificasse na época alta.
"First was the collapse of civilization, anarchy, genocide, starvation. Then when it seemed things couldn't get any worse, we got the plague, the living death, quickly closing its fist over the entire planet."