Autor Tópico: Iraque tá fudido - Exército em Colapso, tá tudo dominado (pela ISIS), matanças  (Lida 1132 vezes)

Offline Slaughter

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(ahahhahahahah meu corretor ortográfico ta acusando que a palavra "fudido" é errada hahahahahahah)

Não sei se vocês estão por dentro, acho que nem tá passando isso na TV (alguém vê TV ainda?), mas a coisa tá foda no Iraque.
Quão foda? Uns 7 mil guerrilheiros avançando em direção á Bagdá enquanto o exército iraquiano sai correndo, os kurdos ficam no muro se armando e a urgência parece unir EUA e Irã juntos para enfrentar o inimigo comum.

Quem são os guerrilheiros? íˆ um grupo terrorista chamado de ISIS, que é tipo uma Al-Qaeda que é tão sinistra que a Al-Qaeda declarou eles "extremos demais". Mas a ISIS claramente funciona, está atuante tanto no Iraque quanto na Siria

A coisa tá tão feia que os caras tomaram Mosul um dia desses, a segunda maior cidade do paí­s com 1 milhão e 800 mil habitantes. Os soldados do exército iraquiano estão jogando as armas pro chão e correndo.


Helicopteros Blackhawk doados ao exército iraquano capturados em Mosul hahaehauheuaheuaheuaheuahea

Mapa da ofensiva:




Aqui vai uma noticia da BBC pra dar uma idéia da coisa:
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140610_iraque_militares_lk.shtml
[spoiler]
Citar
Colapso do exército iraquiano ajuda rebeldes islâmicos no Iraque

Jonathan Marcus
Analista diplomático da BBC


Questões polí­ticas dificultam eventual ajuda americana no Iraque

O colapso dos militares iraquianos treinados pelos Estados Unidos em meio í  ofensiva dos combatentes do ISIS (sigla em inglês do grupo islâmico Estado Islâmico no Iraque e no Levante) e seus aliados ressalta a posição perigosa com a qual as autoridades do Iraque estão tendo que lidar.

Nos últimos dias, a ISIS, uma milí­cia muçulmana sunita, tem avançado pelo norte e oeste do paí­s, tomando cidades importantes como Mosul, a segunda mais populosa do Iraque. Isso causou preocupação até mesmo em Washington, que prometeu nesta semana ajudar o governo iraquiano.

No papel, as Forças Armadas iraquianas são de um tamanho considerável "“ um Exército de 193 mil homens e 500 mil policiais e paramilitares. Isso seria suficiente para impor sérias dificuldades ao avanço dos rebeldes.
Mas as forças armadas do paí­s ainda estão em processo de desenvolvimento. Um sinal evidente disso é a limitação de sua Aeronáutica, por exemplo.
Todavia, se esperaria dos militares iraquianos "“ após a retirada dos americanos do paí­s em 2011 "“ um desempenho razoável em combate.
O que tem ocorrido é muito diferente: eles têm abandonado seus armamentos, jogado fora seus uniformes e desertado.
Já o ISIS têm demonstrado ser uma força muito mais competente do que indica sua descrição como um simples braço da al-Qaeda.
Porém o grupo é numericamente muito inferior í s forças de segurança iraquianas. Então, por que esse colapso precipitado? A resposta pode recair sobre diversos fatores "“ como deficiências no equipamento militar, de organização, entre outros fatores. Mas as razões fundamentais são provavelmente polí­ticas.


Novo modelo de Exército

Em uma medida muito criticada, os Estados Unidos simplesmente dissolveram as forças armadas do Iraque após a queda de Saddam Hussein.
Em seu lugar, estabeleceram um Exército com caracterí­sticas ocidentais em termos de equipamento, doutrina e comportamento.
Criar qualquer força militar a partir do zero é uma tarefa descomunal. Algum progresso já está sendo feito, mas o projeto ainda precisará de muitos anos para ser concluí­do.
A saí­da das forças americanas no final de 2011 acabaram com a orientação e o treinamento dado pela potência í s unidades iraquianas.
Olhando em retrospectiva pode ter sido um engano tentar estabelecer uma força militar ao estilo ocidental, que tem formas muito diferentes de lidar com o apoio logí­stico, entre outros aspectos.
Talvez uma abordagem hí­brida devesse ter sido usada, alguma que misturasse elementos de uma força moderna com tradições e aspectos culturais mais familiares í s tropas iraquianas.


Objetivos internos

A força militar iraquiana foi primariamente desenvolvida para realizar tarefas de segurança interna.
Ajuda dos EUA e Irã
Os Estados Unidos anunciaram neste sábado que estão enviando para a região do Golfo Pérsico um navio de guerra para dar opções a Washington, caso a situação no Iraque piore mais nos próximos dias.
O secretário de defesa, Chuck Hagel, determinou que o envio do porta-aviões USS George HW Bush, capaz de carregar dezenas de caças.
Por sua vez, o governo iraniano indicou que está preparado para trabalhar em conjunto com os americanos na luta contra insurgentes sunitas no Iraque.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse ter oferecido ajuda a Bagdá, mas negou que, até o momento, tenha enviado tropas ao paí­s vizinho.
Entretanto, um jornalista da BBC no Iraque disse ter recebido a informação de que mais de 130 membros da Guarda Revolucionária Iraniana já estão no Iraque para ajudar em treinamentos e dar assessoria aos militares locais. Um general iraniano também já teria chegado a Bagdá.
Presumiu-se que a defesa das fronteiras iraquianas - no caso de uma ameaça do Irã por exemplo "“ seria assumida pelos americanos.
Assim, questões como o desenvolvimento de uma Aeronáutica ou de uma rede de defesa antiaérea, que requerem tempo considerável para equipar e treinar, não foram a maior prioridade.
O desafio do ISIS se provou estar além da capacidade da força militar iraquiana. Um dos motivos é que falta ao paí­s, por exemplo, a capacidade aérea que poderia ser usada como uma intervenção rápida e decisiva para barrar o avanço do ISIS no campo de batalha.


Partida americana antecipada

A saí­da americana teve um impacto fundamental nas capacidades do Iraque, assim como na habilidade de Washington de entender o que se passa no terreno.
O governo do premiê Nouri Maliki, dominado por xiitas, aparentou limitar qualquer apoio para uma parceria estratégica significativa com Washington.
O paí­s queria comprar armas dos Estados Unidos, mas também as buscou na Rússia, Bulgária e em outros locais.
As reservas de petróleo do Iraque deram ao paí­s a possibilidade de comprar armas de outras regiões, o que limita a influência dos Estados Unidos sobre Bagdá.


Contaminação sectária no Iraque

Mesmo antes da partida das tropas americanas, o premiê Maliki tentou colocar pessoas de sua confiança em posições de comando.
Com a partida americana esse fenômeno se acelerou. Posições de comando cada vez mais se tornaram relacionadas a relações sectárias ou familiares.
A corrupção se tornou frequente entre os militares "“ resultado oposto do ideal de profissionalismo que os americanos queriam criar.
Além disso, os militares passaram a ser vistos como uma força sectária, usada pelo governo de Maliki para seus próprios objetivos.
Com o avanço dos insurgentes, o medo da provável retaliação das forças do governo, assim como das forças irregulares do ISIS, fizeram milhares deixarem suas casas.
Em resumo, a dimensão polí­tica é um dos aspectos fundamentais das possí­veis explicações para o fracasso das forças de segurança. Ela também impede um apoio maior americano í s forças iraquianas.
Uma intervenção dos Estados Unidos poderia conter o avanço das forças do ISIS.
Mas sem uma mudança fundamental vinda do governo de Maliki ou a boa vontade de sunitas e xiitas para assumir os compromissos necessários para a viabilização de um governo nacional o paí­s até pode superar a crise, mas não de forma definitiva.
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Membro da Comunidade desde Jul 9, 2003, 10:31pm

Citação de: Bruce Leeroy
Eu vou escrever pra caralho porque você escreve pra caralho, então você vai ler pra caralho, caralho.

Offline Screamer

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Eu tenho uma visão simplista dos conflitos no oriente médio: é igual briga de famí­lia, são ferrenhos e brigam sempre. Mas se alguém "de fora" se intromete na briga, todo mundo se junta contra ele.
É isso que acontece com os EUA, se intrometem nessa briga de famí­lia, com olho grande nas reservas de petróleo. Acabou sofrendo o pior atendado terrorista de todos os tempos.

Por outro lado é difí­cil ficar de fora só olhando, pois imagina aí­ quanta gente morre de graça. Só não sei como resolver esses conflitos de forma pací­fica, pois essas facções do oriente médio são muito radicais.
Para tirar meu Brasil dessa baderna, so quando o morcego doar sangue e o saci cruzar as pernas.

Offline Bruce Leeroy

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Isso é complicado demais de se intrometer. Antes de tudo vem a diferença cultural, que é algo absurdo. Se já somos diferentes, eu aqui em Minas, vocês aí­ em São Paulo, norte, nordeste, rio... imagina do outro lado do oceano, com religiões diferentes (eu não tenho mais, mas precisamos aceitar aqui aqui o cristianismo fez parte da nossa evolução, lá nao).... muito complicado. Uma coisa que pra eles porde ser muito certa pode ser muito errada pra nós e vice-versa.
Sho'nuff: Alright, Leroy, who's the one and only master!?
Leroy: I AM!