wasteland2 Strategy Informer: Para você, o que define um bom RPG?

Brian Fargo: Escolha e consequência sempre foi muito importante para mim. Não precisa ser mágica, porém quando não importa o que você escolhe e acaba sempre no mesmo lugar sem nada mudar as pessoas começam a notar rápido e se decepcionar sabendo que a escolha delas no jogo não significa nada. Para nós é apenas uma questão de, ‘O quão profundo poderemos ir?’ Você não pode pegar cada situação para a sua conclusão natural porque haveria um número infinito de cenários em que poderia acontecer de tudo, mas nos precisávamos mergulhar o mais profundo possível com o objetivo de que as escolhas dos jogadores importassem. Outra coisa é que sempre acreditei de que a jornada em si é a recompensa ao invés de apenas a sua conclusão. Quero ter que tomar decisões que desafiem minha moral de um jeito que você tenha que literalmente dilacerar seu cérebro entre a decisão correta ou a decisão que você faria; para então você poder ver o resultado de suas ações. Uma das coisas que estamos experimentando em Wasteland 2, que eu não vi muito em outros jogos, é pensar, ‘O que significa o fim do jogo?’ Não quero dizer algo como você morre e fim de jogo. Quero dizer algo tipo: Aqui o jogo acaba, e se torna algo diferente e os créditos passam. Então, estamos experimentando algo como diferentes finais dependendo do que você quer fazer. Eu estou OK com a existência de um fim de jogo que acontece rápido aonde quem fez esse final rápido perdeu outras 40 horas de conteúdo do jogo, afinal de contas, esse foi o resultado dela ter escolhido esse caminho no jogo. E deixamos claro que isso vai acontecer se você for seguir o mesmo caminho, mas adivinha? Esse foi o caminho que VOCÊ escolheu. A beleza do role-playing game é justamente a possibilidade de jogar de maneiras diferentes e conseguir resultados diferentes. Para mim, essa é a parte divertida. Eu gosto de brincar dizendo que os finais diferentes podem ser os finais “não heróicos”.
Strategy Informer: Com tudo que está acontecendo e mesmo com todo o talento que você tem que gerenciar ainda assim deve ser bem difícil.
Brian Fargo: Eu acredito que esses role-playing games mais complexos estão entre as coisas mais difíceis de se fazer; é quase como se eu estivesse na sala de edição de dez filmes ao mesmo tempo e todos eles interagem entre eles. Tem tantas partes que se movem que você vai de segmento em segmento porque simplesmente não dá pra deixar todas as informações dentro da cabeça ao mesmo tempo. Esses jogos são extremamente complexos e ao mesmo tempo as pessoas esperam que essa complexidade seja discretas e quase despercebidas. Pode se considerar uma arte colocar isso tudo junto; fico feliz que eu já faço isso por muito tempo porque não imagino alguém ser capaz de pular dentro de um projeto assim sem nunca ter trabalhado em algo do tipo antes.
Traduzido e adaptado por The_chosen

VBR - The Vault of the Broken Dreams
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